O Congresso está adotando formalmente um esforço bipartidário para diversificar a indústria STEM e incentivar mais latinos a seguir uma carreira em ciência e tecnologia.
Jesus Ojeda é bacharel em Engenharia Aeroespacial em 2019 e mestre em Ciências em Engenharia Aeroespacial em 2020, ambos pela University of Southern California (USC).
“Acho que todos nós tínhamos o sonho de ser astronauta e, em segundo lugar, crescendo em uma pequena cidade no México, estávamos perto do aeroporto para que eu pudesse ver os aviões pousar e decolar”, disse Ojeda sobre sua motivação para seguir a carreira de engenheiro.
O trabalho árduo de Ojeda levou a vários estágios, incluindo um na NASA. Ele atualmente trabalha como engenheiro de sistemas sênior na Raytheon em Goleta.
Ojeda disse que não foi uma jornada fácil.
“Onde ficava a reitoria? Onde ficava o escritório financeiro? Então, principalmente, não saber nada e não ter ninguém na minha família que pudesse me orientar no processo”, explicou Ojeda.
É uma realidade que o primeiro senador latino da Califórnia, Alex Padilla, também enfrentou enquanto estudava engenharia mecânica no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
“Os latinos tendem a vir de escolas que talvez não sejam suficientemente financiadas. Lembro-me de ser, uma vez, um aprendiz de inglês e tentar superar algumas barreiras do idioma, não apenas matemática, para poder competir na faculdade”, disse o senador Padilla.
O Senado dos EUA aprovou uma resolução bipartidária para apoiar os latinos que buscam uma carreira em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
"Como estamos incentivando mais jovens latinos a buscar educação STEM à medida que você passa do ensino médio para a faculdade e, claro, mais estudantes latinos a concluir uma educação STEM e ingressar nas áreas STEM trabalhando como engenheiros e cientistas em tantas áreas," acrescentou o senador Padilha. “Esta resolução é o primeiro passo para registrar no Congresso que esta é uma meta e um objetivo formal.”
De acordo com o Bureau of Labor Statistics dos EUA, em 2020, os hispânicos representavam 18% da força de trabalho do país. No entanto, um estudo do Pew Research Center em 2021 descobriu que os latinos representam apenas 8% dos empregos STEM.
“Atravessar essa primeira geração e abrir esse caminho capacita toda a família, mas, além disso, também oferece uma qualidade de vida totalmente diferente”, disse Sonia Martinez, vice-presidente assistente de promoção e marketing da Associação Hispânica de Faculdades e Universidades (HACU).
OPew Research Center descobriu que o salário médio anual para empregos não STEM em 2019 foi de US$ 46.900, enquanto os empregos STEM pagaram cerca de US$ 77.400.
Claro, alguns empregos STEM pagam muito mais. De acordo com o Bureau of Labor Statistics dos EUA, gerentes de sistemas de computador e informação podem ganhar mais de US$ 150.000.
A resolução procura incentivar as faculdades e universidades a fazerem mais.
"Somos grandes defensores de que nossos alunos façam pesquisas, mesmo como alunos de graduação, trabalhando com um membro do corpo docente para que possam se entusiasmar e ver a aplicação de toda essa matemática e ciências que estão estudando", disse Martinez.
Além da retenção acadêmica, conta com organizações profissionais fundadas e dirigidas por latinos.
“Algo que realmente me ajudou a superar esses desafios foi fazer parte de organizações como MESA e SHPE, a Sociedade de Engenheiros Profissionais Hispânicos”, acrescentou Ojeda.
A SHPE tem um programa para informar melhor os pais latinos sobre as carreiras em STEM e também concede subsídios para os interessados em sediar eventos para inspirar jovens latinos.
Todos os anos, eles organizam uma conferência nacional para melhor conectar os alunos com empresas e escolas.
“Conseguimos distribuir mais de US$ 1 milhão em bolsas de estudos no último ano fiscal, o que foi o maior valor para nós em um ano, por isso estamos entusiasmados em superar isso no próximo ano”, destacou Monique Herrera, diretora de relações externas para SHPE. “Também reunimos 300 empresas, universidades que buscam promover oportunidades de pós-graduação, além de estágios, bolsas, cooperativas e ofertas de emprego em tempo integral.”
O senador Padilla e Ojeda concordaram que ter mentores ao longo do caminho foi a chave para o sucesso.
“Aquele padrinho, padrino [padrinho], tío [tio] numa amizade, forma de mentor que vai estar ali orientando e puxando para cima na medida em que eles conseguem se destacar na carreira”, disse Herrera.
Ojeda disse que conseguiu pagar com sua própria irmã e planeja inspirar outros latinos.
“A melhor maneira de encorajar as crianças, os alunos de primeira geração, todos esses latinos a entrarem no STEM é principalmente nós, profissionais, sairmos e espalharmos a palavra, deixando as pessoas em nossa situação saberem que é possível e orientá-los através do processo”, disse Ojeda.
Embora nenhum financiamento específico tenha sido alocado ainda, o senador Padilla disse que ter esse compromisso no nível federal pode levar a mais programas K-12 e universitários, bem como parcerias no setor privado.
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